A nova realidade – Mensagem do Presidente
Volto hoje ao vosso contacto para vos deixar uma palavra de confiança e também de cautela.
Algumas empresas têm contactado os nossos Associados com soluções e produtos “pós-estado de emergência”, alegando que a sua utilização será obrigatória nos estabelecimentos, e levando a investimentos elevados por parte das empresas numa fase em que muitos negócios estão parados, sem qualquer rendimento.
Ainda nada está definido no que diz respeito às regras nos estabelecimentos na chamada “nova normalidade”!
Tudo indica que o dia 2 de maio será o dia do levantamento do Estado de Emergência: e não o dia de reabertura dos estabelecimentos, como muitos estão a pensar.
Se analisarmos os processos de “reabertura” dos países que já iniciaram esta fase, verificamos que, em nenhum dos casos, a restauração fez parte do primeiro grupo de actividades a reabrir.
Será um processo faseado, regulado por decreto, e resta-nos aguardar para conhecer o seu conteúdo.
Salientamos o caso particular dos empreendimentos turísticos e do alojamento local – nunca existiu uma obrigação legal de encerramento para estes espaços. Foi o desaparecimento dos clientes, e a cautela dos empresários na abordagem a esta pandemia, que forçou o encerramento. Para estes não existe, por isso, nenhum impedimento à retoma da atividade.
Havendo clientes, poderão recebê-los.
Temos a certeza de que muito irá mudar na relação dos n/clientes com os nossos serviços/espaços.
Sabemos também que as entidades de saúde irão acompanhar, passo a passo, o regresso à nova normalidade, legislando sobre as regras a cumprir.
Só aí fará sentido pensarmos nos investimentos que queremos (ou podemos) fazer, com base nas obrigações anunciadas.
Mas sejamos razoáveis: temos de recuperar a confiança dos nossos hóspedes, seguindo de forma responsável as normas de segurança sanitária a serem definidas, mas continuamos a pertencer ao sector do turismo, e não ao sector da saúde.
Faremos todos os esforços para tornar os nossos espaços seguros e limpos, no interesse de todos – clientes, colaboradores e fornecedores – mas temos de confiar também no sentido de responsabilidade de cada um e não atuar como “polícias” dos nossos clientes, medindo temperaturas e obrigando a que se descalcem à entrada!
Não podemos tomar (nem aceitar) agora medidas que irão pôr em causa o funcionamento dos nossos estabelecimentos!
Chegou o momento de todos olharmos para os nossos espaços e pensarmos no que devemos/podemos alterar e que irá servir para mostrar aos nossos clientes os cuidados que estamos a ter. Queremos que voltem a sentir-se “em casa” quando estão connosco!
Alteraremos as fardas para englobar as máscaras e/ou as luvas, daremos formação aos nossos colaboradores de acordo com as novas normas, actualizaremos produtos e equipamentos para torná-los aptos a esta nova fase – tudo faremos, ao nosso ritmo e capacidade para garantir o bem estar dos nossos hóspedes e o cumprimento da nova legislação.
Peço-vos, portanto cautela nesta fase.
A APHORT está a trabalhar com as entidades responsáveis, nomeadamente da área da saúde, na definição dessas normas que, brevemente, todos conhecerão. Quais as novas regras? Quais as limitações? Quais os equipamentos de protecção individual a disponibilizar aos colaboradores e aos hóspedes?
Vamo-nos focar no essencial, sem ceder ao pânico ou a pressões externas, e sempre numa postura construtiva.
Estamos a construir a nossa nova realidade – que seja uma onde todos gostamos de viver!
Com os meus melhores cumprimentos
Rodrigo Pinto Barros
Presidente